terça-feira, 3 de maio de 2016

O risco letal de não fazer nada

Atenção, preguiçosos em geral e sedentários militantes: dedicar-se a fazer nada é uma (in)atividade de altíssimo risco e pode matar. Não só pode, como vem matando. Os números e as informações oficiais a respeito dos malefícios do ócio são assustadores. Suficientemente assustadores para fazer qualquer marcha-lenta decidir saltar do sofá e se botar a fazer cooper ao redor da mesinha de centro da sala, atrapalhando a novela do restante da família. Preferível correr o risco de ser atacado a chineladas pelos noveleiros do que vir a cair duro pelo simples fato de não fazer exercícios.
Os dados aterradores foram divulgados recentemente pela ONU por meio de seu Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), cujo levantamento aponta que 5,3 milhões de pessoas morrem no mundo, a cada ano, em decorrência de complicações advindas simplesmente da falta de incluir o hábito de fazer exercícios em sua rotina diária. Trinta minutinhos por dia já bastariam, segundo o estudo. Ou seja, não é nem necessário decidir se transformar em desportista semiprofissional de uma hora para a outra ou fazer fila defronte à academia mais próxima. Não precisa se inscrever na próxima maratona ou sair correndo pelas movimentadas estradas do interior. Não. Basta abandonar as almofadas do sofá por meia hora por dia e se dedicar a algum exercício que bote esse seu corpinho a funcionar um pouco.
No Brasil, ainda conforme as estatísticas do Pnud, ocorrem cerca de 300 mil mortes por ano devido à falta de atividades físicas. É mais da metade de uma Caxias do Sul por ano. Muita gente. A falta de exercícios físicos está relacionada ao surgimento de doenças como hipertensão, diabetes, depressão e obesidade, entre outras. Não significa que passar a andar de bicicleta meia hora por dia vai eliminar imediatamente essas doenças ou impedi-las de surgirem. Mas será, sim, um aliado poderoso para a conformação de sua saúde física e mental. O estudo da ONU vai mais além e atesta que o desenvolvimento de uma nação está, sim, ligada diretamente à qualidade da saúde de seu povo.

Nisso eu acredito. O grau de desenvolvimento e de civilização de uma nação decorre diretamente, sim, da saúde de seus cidadãos. Da saúde física deles. E também da sua saúde mental. E da saúde intelectual. Da saúde educacional. Da saúde espiritual. Da saúde infraestrutural. Da saúde política. Da saúde empresarial. Da saúde moral. Da saúde ética. Povo sadio é povo desenvolvido e com futuro. Há muitas áreas a exercitar saúde no Brasil de hoje.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 3 de maio de 2016)

Nenhum comentário: