No início desta semana, botei-me
a escrever passeando por searas que me são estranhas e, como era de se esperar,
chamei a atenção de leitores atilados que, por sua vez, chamaram-me a atenção
para aspectos que deixei a descoberto. Não fizeram ouvidos moucos esses
leitores à abordagem que teci aqui sobre meu encantamento pelo instrumento
musical conhecido como saxofone, coincidentemente inventado na metade do século
19 por um belga chamado Adolphe cujo sobrenome continha o nome do objeto de sua
invenção: o senhor Sax. Monsieur Sax inventou o saxofone. Fico imaginando se
Phillip Battery foi quem criou a bateria; John Guit a guitarra e a Senhorita
Claire o clarinete.
Brincadeiras à parte, o fato é
que meu despretensioso comentário relativo aos encantos da musicalidade
produzida pelo saxofone encontrou eco na sensibilidade musical e estética de
diversos leitores que decidiram se manifestar, compartilhando também seus
gostos e saberes a respeito, o que muito me honra. Cito alguns deles, sem pedir
autorização, pois que imagino valer a pena compartilhar aquilo com que me
brindaram. Primeiro, a amiga (e leitora) Miriam Farina me chamou a atenção, na
postagem da crônica em minha página do facebook, para os discos do grande
saxofonista e compositor norte-americano de jazz John Coltrane (1926 – 1967). A
leitora Patrícia Martins de Barros, por e-mail, apontou que eu esqueci de citar
“um dos melhores grupos dos anos 70 que tem um som de sax maravilhoso”,
referindo-se ao Dire Straits, do Mark Knopfler, e recomendando escutar a música
“Your latest trick”.
Já o saxofonista Luiz Alberto da
Cunha, também por e-mail, escreveu-me assim: “Parabéns pela tua crônica de
ontem, não só por eu ser saxofonista, mas por comungar com a ideia de que o
universo do sax acalenta segredos insondáveis. O sax cria um excelente
ambiente, faz você se sentir bem e é um som agradável a qualquer hora. Sem
contar que saxofonistas são pessoas legais. E ainda tem o lado da sedução. Ouça
músicas de filmes, com uma cena romântica e diga que instrumento está criando
aquele clima. Na maioria das vezes o belo e "sexy" saxofone”. Bem
isso, Luiz Alberto!
E digo mais, já que o assunto é
interminável (como um bom solo de sax): não podemos esquecer da participação do
saxofone em composições da banda Supertramp (ouçam, por exemplo, “School” e
“It´s rainning again”). E agora, fecho com nota de ouro: alguém aí lembrou de
“Love Theme”, do Vangelis, que marcou o filme “Blade Runner”, dirigido por
Ridley Scott em 1982? Procure e escute. Com essa, fecho o round.
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