quinta-feira, 19 de maio de 2016

O negócio é falar de sax

No início desta semana, botei-me a escrever passeando por searas que me são estranhas e, como era de se esperar, chamei a atenção de leitores atilados que, por sua vez, chamaram-me a atenção para aspectos que deixei a descoberto. Não fizeram ouvidos moucos esses leitores à abordagem que teci aqui sobre meu encantamento pelo instrumento musical conhecido como saxofone, coincidentemente inventado na metade do século 19 por um belga chamado Adolphe cujo sobrenome continha o nome do objeto de sua invenção: o senhor Sax. Monsieur Sax inventou o saxofone. Fico imaginando se Phillip Battery foi quem criou a bateria; John Guit a guitarra e a Senhorita Claire o clarinete.
Brincadeiras à parte, o fato é que meu despretensioso comentário relativo aos encantos da musicalidade produzida pelo saxofone encontrou eco na sensibilidade musical e estética de diversos leitores que decidiram se manifestar, compartilhando também seus gostos e saberes a respeito, o que muito me honra. Cito alguns deles, sem pedir autorização, pois que imagino valer a pena compartilhar aquilo com que me brindaram. Primeiro, a amiga (e leitora) Miriam Farina me chamou a atenção, na postagem da crônica em minha página do facebook, para os discos do grande saxofonista e compositor norte-americano de jazz John Coltrane (1926 – 1967). A leitora Patrícia Martins de Barros, por e-mail, apontou que eu esqueci de citar “um dos melhores grupos dos anos 70 que tem um som de sax maravilhoso”, referindo-se ao Dire Straits, do Mark Knopfler, e recomendando escutar a música “Your latest trick”.
Já o saxofonista Luiz Alberto da Cunha, também por e-mail, escreveu-me assim: “Parabéns pela tua crônica de ontem, não só por eu ser saxofonista, mas por comungar com a ideia de que o universo do sax acalenta segredos insondáveis. O sax cria um excelente ambiente, faz você se sentir bem e é um som agradável a qualquer hora. Sem contar que saxofonistas são pessoas legais. E ainda tem o lado da sedução. Ouça músicas de filmes, com uma cena romântica e diga que instrumento está criando aquele clima. Na maioria das vezes o belo e "sexy" saxofone”. Bem isso, Luiz Alberto!
E digo mais, já que o assunto é interminável (como um bom solo de sax): não podemos esquecer da participação do saxofone em composições da banda Supertramp (ouçam, por exemplo, “School” e “It´s rainning again”). E agora, fecho com nota de ouro: alguém aí lembrou de “Love Theme”, do Vangelis, que marcou o filme “Blade Runner”, dirigido por Ridley Scott em 1982? Procure e escute. Com essa, fecho o round.

 (Crônica publicada no jornal Pioneiro em 19 de maio de 2016)

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