quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Crer ou não crer

Tem quem acredita e tem quem não acredita. Isso, referente a tudo na vida: Deus, Céu, Inferno, vida depois da vida, amizade entre homem e mulher, político honesto, Papai Noel, dieta da lua, ida do homem à lua, humor regido pela lua, Elvis não morreu, privacidade na internet, Clube Bilderberg, homeopatia, alopatia, lisura nos sorteios de loterias, a primazia do ovo sobre a galinha, fantasma, alma penada, Monstro do Lago Ness, previsão meteorológica, livros do Paulo Coelho, Inri Cristo, Coelhinho da Páscoa, Bicho Papão, Garibaldo, cronistas mundanos, cura pelas alfaces, a paz no mundo, essas coisas.
As pessoas costumam se dividir em dois grupos opostos quando entra em cena algum dos temas acima citados (e também todos aqueles outros milhares não citados por absoluta falta de espaço e imaginação do autor): os que acreditam e os que não acreditam. E daí está posta a celeuma. Empurram-se argumentos um contra o outro, na tentativa desesperada de, ao mesmo tempo, calar o oponente, sobrepujá-lo com sua visão de mundo, não dar ouvidos às suas visões de mundo, consolidar sua própria crença (ou descrença), falar mais alto, convencer a si mesmo de sua própria sagacidade e, por fim, dar o assunto por encerrado, convicto de que venceu a discussão e desvendou algum dos (até então) insondáveis mistérios da humanidade.
Isso é assim, bem o sabemos. Porém, se analisarmos com mais cuidado, perceberemos a existência de alguns subgrupos quando a questão é a crença ou a descrença em fatos que a ciência não comprova categoricamente. Há também o grupo dos que desejam acreditar. Esses são os céticos não-convictos, aqueles que ficam com um pé atrás mas não ousam desacreditar por completo, a fim de evitar surpresas na hora “H”. São os apregoadores da máxima “não creio em bruxas, mas que elas existem, existem”. Eles acham mais prudente manter o ar de descrença superior em relação a alguns desses temas, porém, permanecem abertos a acolher evidências, por tênues que sejam, que lhes convençam do contrário.

É assim em relação aos discos voadores e à vida extraterrena inteligente. Eu acredito desacreditando e não acredito acreditando. Afinal, neste mês de janeiro faz 20 anos do caso do ET de Varginha, fato que traumatizou a população da pequena cidade do interior de Minas Gerais em 1996 e que até hoje não está bem explicado. Algo aconteceu lá. Exatamente o quê? Vai saber...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 21 de janeiro de 2016)

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