sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Recomendo rir

Eu não sei se é verdade, se é oficial ou não, mas alguns sites e alguns almanaques juram de folhas juntas que hoje, 6 de novembro, é o Dia Nacional do Riso. Não tenho conhecimento se algum deputado andou encaminhando projeto de lei nesse sentido algum tempo atrás, o que não seria de espantar, apesar de que ultimamente as ações de nossos nobres parlamentares nos têm feito mesmo é chorar. De qualquer forma, a proposta deste dia é darmos uma atençãozinha a esse ato tão característico dos seres humanos e das hienas, que, segundo dizem, detém até poderes curativos. O riso.
Meu avô paterno e meu avô materno adoravam rir e, mais do que isso, de fazer rir, pois eram grandes colecionadores e contadores de piadas. Bastava encontrá-los que lá vinha uma piada, um chiste, um trocadilho. As piadas já conhecíamos de cor, mas mesmo assim sempre ríamos, afinal, o que valia era apreciar a graça e o entusiasmo com que as contavam, imbuídos da melhor das intenções, que era a de nos fazer rir, compartilhando conosco um pouco de leveza e de desprendimento, afinal sisudez demais faz mal para o fígado. Meus antepassados estavam convictos da verdade contida na máxima de que “rir é o melhor remédio”, conforme afirmava o título de uma seção fixa e muito popular nos anos1960 e 1970, incluída nas páginas de “Seleções de Reader´s Digest”, publicação que não podia faltar nos lares brasileiros de norte a sul do país e da qual extraíam – meus avôs – a maioria das piadas que contavam.
Anos mais tarde, o pensador e escritor italiano Umberto Eco me ensinou, ao ler as páginas de seu afamado “O Nome da Rosa”, que o riso já vivera momentos de opressão nos antigos mosteiros medievais, onde era considerado uma blasfêmia diabólica, inibido e punido até mesmo com a morte. Felizmente, hoje sabemos que a alegria, que conduz ao riso, é atitude com fortes poderes terapêuticos, comprovados cientificamente. Não é para menos que atores voluntários adotam a prática de visitar hospitais levando humor e graça em forma de pequenas esquetes aos pacientes, a fim de aliviar os doentes dos males que também repercutem em seus espíritos.

Se de fato rir é o melhor remédio, também não sei. Mas até hoje não conheci contraindicações e venho tentando usar sem muita moderação, e não somente no dia dedicado a ele. Vamos ver no que vai dar...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 6 de outubro de 2015)

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