sábado, 7 de novembro de 2015

Pedras vão rolar, tchê!

Agora parece que rola mesmo. Foi confirmado esta semana o tão esperado show da banda britânica Rolling Stones em Porto Alegre, previsto para sacudir o gramado do Estádio Beira-Rio no dia 2 de março do ano que vem. Tirando o meu aniversário e um casamento, é o primeiro compromisso que bloqueio na agenda para 2016. Não tem como perder. Eu sei que não se pode ter sempre tudo o que se quer, mas quando o sal da Terra lhe é oferecido, não dá para ignorar a chance de obter um pouco de satisfação. E eu tento, e eu tento, mas eu tento.
Os Rolling Stones, representados especialmente pela presença dos três integrantes remanescentes da formação original (Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts), significam muito mais do que a mais longeva banda de rock em atividade no mundo (surgiram em 1962), autora de dezenas de sucessos clássicos do gênero. Os Stones personificam a essência do rock´n´roll tanto nas composições quanto no comportamento de seus membros: a celebração da juventude pelo seu viés mais positivo. Que viés é esse? Ora, justamente aquele que demonstra e comprova que “ser” jovem, “sentir-se” jovem, é uma questão que definitivamente nada tem a ver com a data de nascimento registrada na carteira de identidade.
Porque iremos a Porto Alegre no dia 2 de março de 2016 para assistir, sim, a um espetáculo histórico, mas também para sermos levados às nuvens por meio de uma arte musical protagonizada ao vivo por um grupo de artistas cuja média de idade gira em torno dos setenta anos. Quando eu era criança, décadas atrás, fui à festa de aniversário de meu avô, quando ele completava 60 anos, e eu fiquei, na época, pensando que ele deveria ser muito velho. Hoje eu estou às portas dos meus 50 anos, distante apenas dez daqueles 60 de meu avô, e não me sinto nada velho. Tanto que irei ao show de rock dos Stones em Porto Alegre, e pretendo pular bastante.

Esse é um dos legados mais significativos que cenário do rock deixa à civilização: o conceito de que você pode ser um jovem de 70 anos, cheio de energia e vitalidade, ou um velho de 20, abastecido de rancores e frustrações. A escolha sempre é de cada um, mas, como diz Bob Dylan em uma de suas músicas, “que você possa permanecer para sempre jovem”. Afinal de contas, isso é apenas rock and roll, mas eu gosto.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 7 de novembro de 2015)

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