sexta-feira, 17 de julho de 2015

O ataque do minion

O ataque de que fui vítima deu-se no final da manhã do último domingo, ali em casa, mesmo. Eu estava sentado na minha poltrona preferida na sala, conversando distraído com as visitas que recebia para o almoço dominical em família, quando fui inesperadamente atingido no peito pelo atacante. Não houve violência, era uma brincadeira protagonizada pelo meu afilhado/sobrinho de pouco mais de três anos de idade, que conduzia pela mãozinha o voo do minion que mirava justamente o meu peito.  Plaf! Que susto!
O objetivo do ataque, logo percebi, fora atingido: pregar um susto no dindo, o que se confirmou por meio das gargalhadas do afilhado e do minion, que alegremente invadiram a sala e paralisaram as conversas e os preparos da mesa. Só que nem tudo fora planejado com perfeição pela dupla, e partes do minion se soltaram após o choque contra a fortaleza que revelou ser meu peito, fazendo desaparecerem momentaneamente os óculos e os pés do boneco amarelo. Tive de me levantar da poltrona e ajudar o afilhado, que dava sinais de que em breve entraria em um leve desespero, a procurar as partes destroçadas de meu algoz, dando assim, eu, uma clara prova de magnanimidade e de postura ética em combate capaz de render medalha de honra junto à Cruz Vermelha.
Encontradas as peças e devidamente restabelecida a integridade física do minion, fomos almoçar. De sobremesa, minha esposa havia comprado, para o afilhado, um desses ovinhos de chocolate com surpresa dentro. Na verdade, dois ovinhos. E adivinhem o que havia dentro deles, para a surpresa minha: mais dois minions, fazendo assim crescer a gangue dentro de minha própria casa! À noite, na sala remergulhada em seu silêncio típico, fui investigar na internet sobre a essência desses tais minions, seres amarelados em formato de dedo, que fazem sucesso nos cinemas com a criançada. E descobri muitas coisas, que compartilho a seguir.

Os minions, se você ainda não sabe, leitor, são criaturas unicelulares milenares, cuja vocação é agirem como capangas de vilões famosos. Atrapalhados e engraçados, são bastante estúpidos e fofos, daí o sucesso dos bichinhos junto às famílias. E eu achando que eles não passavam de fandangos fugidos do saco de salgadinhos. Mas ok, agora posso dormir tranquilo e informado. Nada como um afilhado para me manter atualizado com o mundo.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 17 de julho de 2015)

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