Quem viver, verá. Ellen Stofan,
a cientista-chefe da Nasa, a agência espacial norte-americana, andou vindo a
público afirmar oficialmente que até o ano de 2025 haverá descoberta de vida
fora da Terra. “Óóóóin”, diriam meus leitores mais jovens. “Do balacobaco”,
diriam meus contemporâneos. “E.T. phone home”, os engraçadinhos. Bah, digo eu.
A notícia é extraordinária (tão
extraordinária quanto o fato de ter recebido pouca atenção da imprensa e sido
publicada nos rodapés das páginas dos sites noticiosos, mas, mesmo assim, está
lá para quem quiser conferir), e vai além: a Nasa afirma ter a tecnologia para
procurar vida extraterrestre, sabe onde procurar e, em poucos anos, terá as
condições necessárias para encontrá-la. Óóóin! Ou seja, em breve, uma das
grandes questões filosóficas da humanidade será respondida: estamos sós no
universo? Não, não estamos. Há vida fora da Terra.
Outras questões permanecerão
ainda insolúveis e buscando respostas, como “quem sou eu?”, “de onde viemos?”,
“qual o sentido da vida?”, “quem veio antes: o ovo ou a galinha?”, “o que
querem as mulheres?”, “quem foi Shakespeare?”, “por que perdemos a Copa da
França?”, “agnoline ou capeletti?”, coisas assim. Mas, pelo menos, no quesito
E.T.s, finalmente colocaremos um ponto final. Ficaremos sabendo que eles
existem, sim, e a Terra não é o único lugar do universo brindado com vida. Ou
seja, nossa humana empáfia, soberba e prepotência terão de baixar um pouco a
crista.
Só que assim, ó, não vai
pensando a senhora que a Nasa, ali por 2025, nos apresentará fotos de
homenzinhos verdes cheios de antenas, ou seres cabeçudos acinzentados com olhos
enormes, essas coisas, não. Trata-se de vida em suas formas mais básicas, tipo
bactérias e algas marinhas, tá entendendo? Isso porque sabe-se já que algumas
luas de planetas como Júpiter e Saturno são repletas de água, em oceanos
imensos, enormes. E os cientistas estão convictos de que há algas e bactérias
nadando faceiras lá naqueles oceanos extraplanetários.
Por enquanto, não poderemos
trocar receitas com aliens, mas já é um primeiro passo. Mas, se além das algas
encontrarem camarões, por exemplo, poderemos comê-los. Opa, esqueci da política
da boa vizinhança. Isso não seria simpático. Desculpem, sou humano...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 11 de abril de 2015)
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