sexta-feira, 17 de abril de 2015

Quando chegavam os colonos

Neste ano de 2015 os municípios que integram a região conhecida como Serra Gaúcha, especialmente aqueles originários a partir da chegada de colonos oriundos da Itália, celebram os 140 anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul. Caxias do Sul, a “Pérola das Colônias”, conforme apelidou-a Júlio de Castilhos (então presidente da Província) na visita que fez ao município em 1897, também se insere na programação de festividades alusivas ao evento histórico.
Que os imigrantes italianos, depois de dias de viagem cruzando o Atlântico, chegaram aqui e tiveram de arregaçar as mangas para transformar a mata virgem em local de sustento, isso a gente sabe. Mas vale a pena, também, para compreender melhor que mundo era aquele do ano 1875, embarcar em uma máquina do tempo e fazer um rápido mundo-tour para ver o que rolava no planeta naquela época. Venham comigo.
No dia 3 de março de 1875, por exemplo, o compositor francês Georges Bizet (1838 – 1875) fazia a estreia de sua ópera “Carmen”, em Paris (Bizet morreria exatamente três meses depois da estreia de sua mais afamada obra). Personalidades importantes morreram naquele ano, como o enciclopedista francês Pierre Larousse, criador de uma coleção de enciclopédias que levava o seu nome; o político e desembargador brasileiro Cândido José de Araújo Viana, que ficou conhecido como Marquês de Sapucaí e o escritor e mago francês Eliphas Levi. Em 4 de agosto, morria em Copenhague, capital da Dinamarca, o escritor Hans Christian Andersen (1805 – 1875), famoso por criar histórias infantis hoje universais, como “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de Chumbo”, “A Pequena Sereia” e outros.

Também foi um ano em que nasceu gente que depois alcançaria a fama, como o médico, filósofo e escritor alsaciano Albert Schweitzer (morto em 1965); o compositor francês Maurice Ravel (morto em 1937), autor do famoso “Bolero”; e o mágico e escritor inglês Aleyster Crowley (morto em 1947). Em novembro, no Brasil, era fundado o jornal “O Estado de São Paulo”. Enquanto isso, pelos morros da Serra Gaúcha, centenas de famílias de colonos começavam a transformar em realidade, por meio do trabalho, a meta de construir aqui um lugar propício para viver, trabalhar e moldar sonhos.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 17 de abril de 2015)

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