sábado, 7 de fevereiro de 2015

Mais horário de verão

O Governo (a gente coloca a palavra em maiúscula sempre que pretende se referir aos poderosos que realmente tomam as decisões dentro dos gabinetes governamentais – também conhecidos como “os home” –, independentemente de sabermos ou não quem eles são, apesar de, muitas vezes, o termo poder ser confundido com desgoverno, mas deixemos isso para lá que o foco deste espaço não é tecer avaliações políticas, coisa que Rosilene Pozza faz com muito mais propriedade, neste jornal, do que este singelo cronista). Onde estávamos? Ah, sim, iríamos falar sobre o governo. Quer dizer, sobre o Governo. No próximo parágrafo.
O Governo anda pensando... Ainda vai decidir, mas já anunciou que anda pensando, o que, convenhamos, é um sinal positivo, pois quem deseja um Governo que tome decisões sem pensar nelas antes? Um Governo que toma decisões sem pensar nelas antes corre o risco de descambar para a categoria de governo, assim, com letra minúscula, o que o aproxima perigosamente da subcategoria de desgoverno, que significa um governo sem categoria alguma.
O Governo (ainda com “G” maiúsculo), então, anda pensando (oba!) em estender este ano o horário de verão até o final do mês de março (caso contrário, se encerrará dia 22 de fevereiro, conforme o previsto), com o objetivo de economizar energia elétrica, haja vista a caótica situação dos reservatórios de água no país devido às chuvas que chovem, alagam tudo, mas, pelo visto, se recusam a acertar a mira em cima dos reservatórios (desconcertante esse desgoverno das chuvas). O Governo, que pensa antes de tomar decisões, pretende fazer uma reunião dia 12 (Governos com maiúscula, além de pensarem antes de tomar medidas, também fazem reuniões para anunciar futuras reuniões em que as tais medidas serão tomadas, tudo para evitar que descambe para a letra minúscula), quando então a situação será analisada (Governos fazem reuniões para analisar as situações que resultarão no anúncio formal de eventuais medidas a serem tomadas).

Já eu, aqui, na insignificância minúscula de minha reles cidadania, fico apenas a torcer que a decisão seja positiva, pois que só vou para a praia em março e adoraria ver o pôr-do-sol às oito e meia da noite, governando de sunga a minha merecida caipirinha.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 7 de fevereiro de 2015)

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