quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Esporte é vida

Hoje vou distribuir parabéns. Parabéns a todos os desportistas, amadores e profissionais, que povoam o naco fisicamente saudável desse nosso planeta. Parabéns aos que ganham a vida a partir do esporte e também àqueles que praticam esportes como hobby e como estratégia para uma vida mais saudável. Parabéns, parabéns, parabéns, porque hoje é o Dia do Desportista.
Parabéns aos que correm, caminham e se exercitam por recomendações médicas, povoando nossos parques e perimetrais de gente sarada ou tentando sarar. Parabéns aos que jogam o futebolzinho semanal com os amigos. E também para as que jogam o voleizinho semanal com as amigas. Meus parabéns aos professores de educação física, aos treinadores de academias de ginástica, e também aos frequentadores das academias. Parabéns aos frequentadores das quadras de futebol, de tênis, de vôlei. Aos que treinam boxe e outras lutas modernas (eu só saberia citar kung-fu e pagaria mico), aos que andam de bicicleta, aos patinadores, aos skatistas, aos que saltam muros (excluídos os que pulam cercas, integrantes de categoria bem diferente, muito maléfica à saúde, por sinal), aos que fazem yoga. Meus parabéns, meus parabéns, meus parabéns a todos.
Essa minha generosidade configura-se em uma artimanha psíquica acionada com o intuito de dirimir minha sensação de culpa consciente por me ver ainda tão sedentário, sabedor que sou dos benefícios que obteria tirando algumas horas por semana esse meu traseiro da cadeira e indo correr nos parques. Eu sou aquele alguém que não receberá telefonemas e nem e-mails de felicitações pela passagem do dia de hoje (sequer aniversário me digno a fazer no 19 de fevereiro), uma vez que não há sobre a Terra um ser que de sã consciência vá ligar meu nome ao Dia do Desportista. Ainda mais eu, que engolia água da piscina nas aulas de natação; errava a raquete da bolinha nas aulas de tênis; ficava na zaga e de costas para o jogo nos futebóis da turma do colégio; levava bolada no focinho e quebrava os óculos nos jogos de vôlei; botava os bofes para fora nos testes de cooper.

Rendo daqui do meu escritório minhas mais sinceras homenagens a esse louvável batalhão da saúde, ao qual, uma vez mais, prometo um dia passar a pertencer. Até já assisto a jogos de futebol pela tevê. Estou chegando lá...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 19 de fevereiro de 2015)

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