segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Obrigado, Papai Noel

Eu não estava lá, mas fiquei sabendo porque me contaram. O cenário: os pavilhões da Festa da Uva, onde, no final de semana, uma empresa de grande porte concretizava a festa de final de ano para seus funcionários e familiares. O motivo: entrega de cestas natalinas aos funcionários e de presentes para seus filhos. O protagonista: meu afilhado, um cidadão de dois anos e sete meses de idade. O personagem coadjuvante: Papai Noel, aquele ser de longas barbas que veste um quentérrimo pijama vermelho em pleno calor de dezembro. O causo: é isso que vou narrar agora, leitor.
O causo se deu assim: tarde de sol nos Pavilhões, final de semana, a gurizada correndo doidivanasmente para cima e para baixo, fazendo a festa e ligando as atenções de seus pais, todos na expectativa da chegada do Papai Noel, aquele que tem a incumbência de trazer presentes. Em dado momento, Papai Noel chegou e passou a distribuir presentes a todos os meninos e meninas que se comportaram e foram bonzinhos ao longo do ano que passou. Por coincidência, e deitando por terra a credibilidade de qualquer instituto de pesquisa, a totalidade absoluta da criançada se comportou bem e era merecedora dos presentes que Papai Noel trazia. Entre eles, meu afilhado, lógico, o João Vitor.
Papai Noel, que possui poderes extranaturais, havia deixado um presente a ser entregue ao João Vitor, o que foi feito por seus pais, lá nos pavilhões. Entregaram o brinquedo ao meu afilhado e informaram que Papai Noel, aquele ali, de barba e de vermelho, é quem havia mandado fazer a entrega para ele. Dito isso, João Vitor disparou. E disparou reto em direção ao Papai Noel. Chegou perto das barbas do bom velhinho e fez o que havia decidido fazer, em um ímpeto incontrolável: agradeceu. “Obigado, Papainoéu”, disse ele. E voltou correndo para junto de seus pais.

João Vitor é um garoto educado. Recebeu o presente e decidiu que tinha de ir agradecer. Decidiu por conta própria. Por uma questão de consciência pessoal. Porque acha que é preciso demonstrar gratidão a quem lhe faz um agrado. Tem menos de três anos de idade. Já é um cidadão. Que siga assim.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 15 de dezembro de 2014)

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