terça-feira, 28 de outubro de 2014

Mãos à obra

Refletir. Sempre é importante refletir sobre as coisas. Observar, pensar, analisar e, quando possível, concluir. Se não for possível chegar a alguma conclusão no momento, então é preciso refletir mais, escutar mais, estudar mais. A paciência e a prudência são amigas da reflexão que origina conclusões lúcidas, serenas e construtivas.
Pois andei refletindo um pouco depois de encerradas as eleições, no domingo que passou, e cheguei a algumas conclusões que, então, compartilho. A principal delas é de que estou orgulhoso da maturidade cívica atingida pelo povo brasileiro nesse portentoso processo logístico que é concretizar uma eleição em um país tão grande como o nosso. Independentemente dos ânimos acirrados e de um que outro episódio sem maiores consequências aqui e acolá, o saldo final foi uma eleição tranquila, pacífica, ordeira em todos os sentidos. E isso não é pouco.
Os maiores vencedores dessas eleições são o povo brasileiro e o sistema democrático exemplar que vem se consolidando urna a urna após 21 anos de uma ilegítima ditadura militar, que acabou execrada por uma população que almejava exatamente isso que vimos agora: normalidade democrática, respeito constitucional ao resultado das urnas, candidatos derrotados aceitando a derrota e cumprimentando os eleitos. Desde a retomada do processo democrático livre e direto de escolha de nossos governantes, viemos gestando uma estabilidade institucional que se consolida como a verdadeira essência de nossa visão de sociedade. Ditadura, golpismo, casuísmo, são termos que vão sendo varridos para a lata de lixo de nossa história. Amém.

Estamos mostrando ao mundo que somos capazes de construir uma democracia madura, calcada na paridade do peso do voto de todos os cidadãos, que atendem ao dever cívico de maneira consciente, pacífica, cidadã. A cada eleição que realizamos, protagonizamos goleadas de mais do que seis a zero na intolerância, na injustiça, no autoritarismo. Somos bons nisso. E sabemos que, passadas as eleições, repleto que está o país de questões a serem resolvidas, temos, todos e cada um, muito, muitíssimo a fazer. Mãos à obra.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 28 de outubro de 2014)

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