sábado, 5 de março de 2011

Barrando Sir Paul


Isso é uma coisa que eu nunca revelei para ninguém porque trata-se de um pensamento íntimo, que deveria permanecer guardado para mim mesmo e me acompanhar ao túmulo, mas lá vai, vou tornar público e arcar com as devidas consequências. Eu sempre desconfiei, desde jovem, que eu deveria ter alguma coisa em comum com a realeza britânica. Sabe aquela sensação que as pessoas possuem de terem sido, em vidas passadas, personalidades importantes como Napoleão Bonaparte (todo o mundo foi Napoleão Bonaparte), Júlio César, Joana D‘Arc ou, mais recentemente, Ayrton Senna, John Lennon e Madre Tereza de Calcutá? Pois é, eu sempre pensei que deveriam correr alguns pingos de sangue azul britânico por minha veias porque... sei lá por quê.
Pois então, caros Johns e Joanas, é isso: eu tenho algo de realeza britânica, e acabo de descobrir uma notícia que confirma essa minha desconfiança, e que me faz perceber que eu tenho mesmo algo em comum pelo menos com o príncipe William, esse que vai casar em abril com a Kate Middleton e que é filho do príncipe Charles com a finada princesa Diana. Sabem o que nos aproxima? Uma ausência importante na lista de convidados para o casamento. Sim... li notícias que dão conta de que o ex-Beatle Sir Paul McCartney NÃO será convidado para o casamento do príncipe William... Igualzinho ao que aconteceu no MEU casamento, para o qual Paul também não foi convidado.
Inclusive o motivo para o não-convite nas duas cerimônias é absolutamente o mesmo: a do príncipe será restrita a familiares e amigos muito íntimos do casal, igual ao que foi o meu casamento. Em ambos os enlaces, Paul não se enquadrava nem na categoria de familiar e tampouco na de amigo íntimo, para tristeza dele e resignação nossa. Claro, os íntimos do príncipe preenchem uma lista de dois mil convidados e os meus ocuparam 100 assentos na capelinha, mas isso é uma comparação um tanto quanto rasa e fútil. Paul é Paul tanto em um quanto em outro caso, e o peso de sua ausência é o mesmo em ambos.
Quem sabe, nas bodas de papel... já ando confabulando sobre isso com minha esposa, mas ela espera um telefonema de Kate para ver o que ela acha. Paro por aqui porque o enfermeiro diz que é hora do remedinho...

(Crônica publicada no jornal Pioneiro, em 4 de março de 2011)

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